Caros amigos, clientes e visitantes

As dicas a seguir podem e devem ser aplicadas a cães de qualquer raça e idade. Porém, nem todas as informações sobre adestramento que vocês obtêm na internet e em outros meios podem ser utilizadas de forma genérica. Dependendo das características comportamentais e perfil emocional do cão certos procedimentos podem criar ou agravar um problema. Um bom exemplo disso é a aplicação de punições, da forma errada, a cães submissos, medrosos ou traumatizados. Assim, se vocês não estiverem dispostos a contratar os serviços de um adestrador, procurem ter certeza sobre as características do seu cão e se os procedimentos que você pretende aplicar não lhe acarretarão maiores problemas ou lhe causarão sofrimento.

 

- A idade ideal para adestrar um cão.

Não existe uma idade “ideal” para adestrar um cão. Filhotes, a partir dos 50 dias de vida, que é quando atingem o chamado Período de Socialização, quando seu cérebro já está completamente formado, já podem começar a ser adestrados. Por outro lado, cães idosos também podem ser adestrados, pois os cães estão continuamente aprendendo. O que vai diferir é a velocidade com a qual o cão aprende em cada faixa etária (filhotes tendem a aprender mais rápido). Outros fatores que vão influenciar na velocidade do aprendizado são a raça, a linhagem (sua herança genética), sua história e as interações que fizer com o meio, principalmente com os donos.

 

- Cuidados com a saúde do seu cão.

Ao adotar ou adquirir um cão, leve-o ao veterinário para uma avaliação da sua saúde e para que ele lhe oriente sobre a vacinação, alimentação e cuidados fundamentais para sua saúde.

 

- Torne-se o líder da sua matilha.

Seu cão encara você e sua família como outros cães e, na natureza, é ao líder da matilha a quem os demais cães obedecem. Por isso é importante você e todas as pessoas que convivem com o cão conquistem essa liderança.

 

- Exercite seu cão, brinque com ele, passeie com ele.

A atividade física é fundamental para sua saúde física e mental. Como eu digo, “cachorro feliz é cachorro cansado”.

 

- Estimule a atividade mental do seu cão.

Tente ensinar pequenos truques a ele, como dar a pata, cumprimentar, rolar etc. Crie pequenas dificuldades para ele obter os petiscos que você costuma dar, ou até mesmo a ração, como colocá-los dentro de uma garrafa pet com furinhos ou em brinquedos apropriados para isso. Assim como para os humanos, mente saudável é aquela que está sempre sendo exigida.

 

- Sociabilize seu cão.

Tomando os cuidados necessários para não expor os filhotes a cães que não estejam com a vacinação em dia ou não sejam saudáveis (você pode pedir a amigos que levem os seus à sua casa ou levá-lo para passeios no colo), é importante que eles sejam apresentados ao mundo. Quanto mais animais, pessoas dos mais diferentes tipos e idades, objetos, ruídos e lugares forem apresentados ao seu filhote (principalmente durante o Período de Socialização, que vai do 50º ao 85º dia), menores serão as chances dele se tornar medroso ou agressivo.

 

- Premie seu cão por comportamentos desejados.

Cães são animais inteligentes, mas não são adivinhos. Para que ele entenda o que você espera dele você precisa mostrar-lhe o que você quer que ele faça, premiando-o. A melhor premiação é aquela pela qual ele mais demonstra interesse, seja um determinado tipo de petisco, um carinho, um brinquedo, levá-lo para passear etc.

 

- Não estimule comportamentos que você não deseja que seu cão tenha.

Muitos donos, sem se dar conta, fazem isso. Se você não quer, por exemplo, que seu cão pule em você, suba no sofá ou etc, você nunca deve estimulá-lo a ter estes comportamentos. A não ser que você deixe bem claro para ele que ele só pode tê-los quando você mandar.

 

- Estabeleça regras claras para seu cão.

Se algum comportamento é permitido, deve ser permitido sempre e não variar dependendo do seu humor. Por outro lado, o que é proibido, deve sê-lo sempre. Se estes limites não ficarem claros ele nunca saberá o que pode fazer e, com certeza, acabará errando e fazendo o que não deve. Sem isto, seu cão ficará confuso e inseguro.

 

- Uma das principais formas pelas quais os cães aprendem é observando.

Cuidado com atitudes que você tem na frente do seu cão, pois ele pode querer imitá-lo.

 

- Não bata no seu cão.

Em primeiro lugar porque é covardia bater num animal que, na maioria das vezes, não pode se defender como você e depende de você para sobreviver. Além do que, você pode criar um cão medroso (não confunda medo com respeito) ou agressivo. Como foi dito acima, por imitação ele pode aprender a usar a violência como forma de tentar obter o que quer ou para evitar fazer coisas que não gosta. Se você acha que pode bater nele por ser mais forte, não esqueça que ele pode usar da violência que aprendeu contra pessoas que não podem se defender tão bem quanto você.

 

- Caso você tenha mais de um cão, evite estimular disputas entre eles.

Procure identificar o cão dominante e o privilegie sem, contudo, descuidar do outro. Muitas brigas entre cães são, inconscientemente, estimuladas pelos donos ao privilegiar o cão mais submisso, gerando disputas entre os dois pela liderança.

 

- Se você não deseja que seu cão (ou gato) procrie ou tenha mais filhotes, faça sua castração.

A castração evita sérios problemas de saúde tanto em fêmeas quanto em machos, além de evitar o nascimento de filhotes indesejados que, muitas vezes, são abandonados, causando tanto sofrimento a estes seres inocentes. Conheça todos os benefícios da castração no texto da Médica Veterinária Silvia Parisi, aqui. Além disso, sempre é bom lembrar que o abandono de animais é crime previsto em lei.